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Foto do escritorMaria Paula Chaim

Estimulação de linguagem em casa e na escola



Os pais são os principais estimuladores das crianças desde o nascimento. A Habilidade de imitação, conforme nos fala Piaget é constitutiva da representação. Essa função já existe desde o nascimento e a sua evolução vai dando ao sujeito a capacidade de imitar sem modelos. A linguagem expressiva e a linguagem receptiva se desenvolvem muito através da imitação e da experiência que o sujeito tem com o meio ambiente. Pensando por estes pressupostos podemos entender que no dia-a-dia os pais tem todas as ferramentas necessárias para estimular as crianças sem precisar de muitos recursos. Seguem algumas orientações básicas para estimulação de fala e linguagem.


1 – Busque sempre estar na mesma altura da criança, sempre que se referir a ela estabeleça um contato olho no olho;


2 – Brincar de imitar já é possível desde os dois meses de idade. Com o rosto próximo da criança coloque a língua toda para fora devagar. Faça várias vezes. Logo ela estará imitando você. Jogo de caretas, fazer “bichinho”, jogo do sério (sem poder rir ou desviar o olhar). Brincadeiras sem recursos são o ponto de partida para a construção da linguagem.


3 – Caso a criança não evolua no processo de imitação iniciamos com 4 meses o estímulo de sons. Fazer barulho de carro, onomatopeias (sons dos bichos), sempre com o contato direto com a criança e exagerando a articulação.


4 – Com seis meses já é possível solicitar a produção de algumas sílabas. A fase do “gugudada”. Reforce para a criança que escutou ela falando, dê significado ao que ela disse. EX: “Nossa, que história cumprida você está contando! É mesmo? Foi isso tudo?”


5 – Respeitando a ordem de aquisição dos sons (segue na tabela em anexo), solicite vocalizações com função. Lembre-se de dar sempre um modelo. EX: “Olha pra mim, fala igual a mamãe: DA”. Mostre e aponte sua boca para a criança imitar.


6 – Use algum objeto de transição para a criança conseguir olhar para o seu rosto. Um óculos colorido, um pingo de batom na ponta do nariz, um batom muito chamativo, etc.


7 – Quando conseguir vocalizar alguma sílaba use essa sílaba para duplicar cantando qualquer música (ex: Lalalala). Escolha uma música com palavras monossílabas e no momento que você para a criança deve completar a música. EX: O sapo não lava o ______. Não lava porque não ______. Ele mora lá na lagoa, Não lava o ____…


8 – Selecione objetos que a criança goste de brincar. EX: AVIÃO. Vamos brincar com o AVI____ e a criança complementa. Podemos também prolongar o último som da palavra. EX: UM, DOIS TRÊS E JAAAAAAAAAA.


9 – Quando o vocabulário começar a surgir pegue duas palavras que a criança consegue falar e solicite a repetição de frases. Ex: Me da?


10 – Fique atento na forma como você fala com a criança. Fale mais lentamente, prolongando cada som da palavra, sem dividir as sílabas. Se regule de acordo com a sua criança. Fale mais baixo ou mais alto de acordo com o que ele mais responda a você.


11 – Precisamos estar atentos a evolução do brincar. A criança primeiro se organiza no mundo e depois na fala. Dê oportunidade para que possa manipular, experimentar e vivenciar os objetos e todo tipo de situação.


12 – Trabalhe a compreensão fazendo solicitações durante as brincadeiras. Essas solicitações podem ficar cada vez mais complexas. Ex: Senta aqui. Apaga a luz. Abre a caixa. Pega o copo. Essa demanda faz o vocabulário da criança ampliar muito. Esse tipo de estímulo é muito rico para o desenvolvimento da linguagem como um todo.


13 – Todos os momentos do cotidiano são ricos em situações de estimulação. Na hora do banho (“Vamos lavar o … pé), subindo uma escada (“Sobe um, dois, três… contando os degraus), na hora do lanche (Cante a música “Meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer…), passeando de carro na rua (Vamos procurar um carro vermelho? E mostre ao encontrar).


14 – No que se refere a estimulação de fala sugiro que mostrem para a criança os vídeos do canal no youtube “Nossa vida com Alice” com o uso do multigestos. Esse é o único recurso disponível na internet que trabalha imitação de fala. Sente junto com a criança e vá tentando fazer o uso dos gestos com a produção dos sons.


(Material de propriedade intelectual da Fga. Juliana Leipnitz Abad Bitar – CRFa. 5-6656)
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